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    terça-feira, abril 22, 2008

    (PARTE 1)

    Rangel Roberto M. Fabrete

    -A NOVA ERA

    O filme começa com a narrativa de como foram criados certos anéis ,e posteriormente distribuídos os mesmos `a líderes de três raças diferentes,tais anéis deveriam servir ao propósito da vontade de governar com paz e inteligência os reinos de cada raça.
    Foram distribuídos: 3 anéis aos elfos,7 anéis aos anões mineradores e 9 anéis aos homens.
    Mas o Um Anel estava em oculto no poder de Sauron,,que forjou os anéis partilhados e forjara para si o Um Anel.
    O Um Anel controlava todos os outros anéis e seus portadores,levando os à sua própria detruição.
    E tal destruição chegou ao seu clímax com a batalha travada do exército de homens e elfos contra o exército de Sauron.
    Os números dos anéis são interesantes,pois expressam um falso significado,quando analisados separadamente,pois o 3 exprime uma ordem intelectual e espiritual ,a triunidade do ser a conjunção do 1e do 2,a Trindade cristã por exemplo.
    Ao analisar o três deixando de lado o contexto do Um Anel,certamente poderia se pensar numa ordenação ,em um governo de equilíbrio por meio dos três anéis confiados aos elfos
    O 7 representa a conclusão do mundo e a plenitude dos tempos,criação do mundo no livro de Gênesis como exemplo.
    Os sete anéis enfim trariam um governo de plenitude à raça dos anéis,se formos pensar apenas no 7 e deixar o Um em oculto.
    E os 9 anéis entregues aos homens vem simbolizar a medida das gestações das buscas proveitosas,o coroamento dos esforços ,o término de uma criação,o término de um ciclo e o início de um novo.
    Finalmente os homens iriam desfrutar de um novo governo mediante ao contexto isolado do 9,mais uma vez não nos atendo ao Um.
    As três raças possuem 19 anéis(3+7+9),as três raças desconhecem a existência do Um Anel,que permanece aonde deseja estar ,trabalhando em oculto.
    O problema de Sauron e do Um Anel ,simbolizam o problema da neurose.
    O Um está em oculto,Sauron trabalha em oculto na sombra,a consciência é enganada pela sua percepção de um governo melhor ,quando na verdade caminha para sua própria destruição.
    Sauron simboliza o arquétipo da vontade de poder,permanecendo em oculto na sombra,um complexo autônomo,que pode trabalhar livremente em um Ego ´´preso`` em sua visão unilateral de mundo.
    Quando o Um Anel é inserido no contexto dos 19 anéis,surge a verdade.
    Pois agora temos a totalidade do problema,a quaternidade do problema da ´´Divisão dos Anéis``está resolvida; 3 anéis aos elfos+7 anéis aos anões+9 anéis aos homens+ 1 o Um anel de Sauron=20 anéis.
    O 20 altera todo o pressuposto do prognóstico anteriormente dado aos governos por seus respectivos anéis dado às três raças ,pois o 20 simboliza o número do homem,o homem tem 20 dedos, 4 x 5= 20,se somarmos : 4 + 5 = 9,teremos o número de anéis recebidos pelos homens.
    O 9 simboliza o fim de um ciclo e o início de um novo,isto é claro e explicitado na obra pois é o fim da era dos elfos na Terra Média,e o início da era dos homens na Terra Média e sendo 20 o número dos anéis,20 também é o número do homem.
    No Hinduísmo a duração e o fim de cada era cósmica é de 432.000 anos,ou seja 4+3+2=9.
    E foi por conta do homem que o Um Anel não fora destruído,o ego obstinado( Isildur) não dera ouvidos à voz do Inconsciente(Elrond),e acabou sucumbindo.
    O Um Anel então ficou adormecido no fundo de um lago por 2.500 anos( uma referência clara aos conteúdos imersos no Inconsciente) e na posse de Smeagol / Gollum,por mais 500 anos até que Bilbo viesse se apossar do mesmo.
    E o anel ficou também em posse de Bilbo por 60 anos,na antiga Mesopotâmia eram utilizados dois sistemas de medições numéricas : a decimal e a sexagesimal.
    A medida sexagesimal era baseada no soss (60),e até hoje utilizamos esta medida numérica; 60 segundos totalizam um minuto,60 minutos totalizam uma hora,360 graus um círculo.
    O ano mesopotâmico constava de 360 dias,a morte e ressureição de um ano então constavam de 360 dias.
    Bem, se olharmos para esta totalidade de anos :

    2.500 anos + 500 anos + 60 anos
    Um Anel no fundo do lago Um Anel na posse de Smeagol/Gollum Um Anel na posse
    de Bilbo


    = 3.060 anos

    E com esta quantidade de anos podemos inferir algumas coisas:

    - Sauron teria necessitado de 3060 anos para recuperar seu poder.

    - 3+6=9 ,Sauron recupera suas forças na era dos homens .

    - 20 número do homem, 3 foram as etapas de anos diferenciadas no processo de morte e ressureição de Um Anel/ Sauron (1. fundo do lago , 2. posse de Smeagol/ Gollum e 3. posse de Bilbo),assim sendo: 60 totalidade sexagesimal / 3 etapas = 20 era do homem.

    - 60 anos na posse de Bilbo,60 minutos = 1 hora.Enfim chega: ´´A hora certa do despertar do Um Anel / Sauron``.

    Chegada é a era dos homens, e aqueles que um dia foram homens e hoje são espectros,também são 9.
    Os nazgull tem um papel de suma importância para Frodo,conforme vamos ver agora.



    -O RITUAL DE INICIAÇÃO

    Se pensarmos sobre quem era Frodo e quem passou a ser Frodo pós a jornada do Anel,teremos um grande exemplo do que é um ego entregue ao processo de individuação.
    Uma das narrativas do filme diz o seguinte: ´´ E os hobbits governarão o destino de todos``.
    Na divisão dos anéis , os hobbits foram a única raça a não receber anel algum, os hobbits, da quaternidade das raças foi a raça desprezada, a menor raça, aquela tida com pouco ou sem valor .
    Mais uma vez a simbolização da neurose aparece expressa, 3 raças receberam atenção e foram reconhecidas como sendo parte da totalidade (Terra Média)1 raça fora dissociada mesmo fazendo parte do contexto.
    E assim dependendo do grau de valor e ou importância ao Inconsciente por parte do ego,ele aparecerá expresso em símbolos de tamanhos opostos , certamente como vivemos em uma sociedade onde o ego tem a falsa impressão de estar ´`no comando do todo``, o Inconsciente em certas representações aparece como alguém pequeno.
    Tal como Frodo,e raça dos hobbits, O Grilo-Falante (Pinóquio),erroneamente denominado de ´´a consciência de Pinóquio``,os Umpa-Lumpas,personagens que criam os chocolates da fábrica de Willie Wonka no filme ´´A Fantástica Fábrica de Chocolates``,e exortam as crianças que desrespeitam as regras da fábrica.
    (Obs: Odiei a versão nova de Tim Burton,prefiro a versão antiga com Gene Wilder e os Umpa-Lumpas laranjas de cabelos verdes)
    E na Alquimia temos o centro ,o alvo,o objetivo de todo alquimista na Idade Média, a lápis phiposophorum e assim libertar o Homúnculo que vive dentro da mesma.
    O Homúnculo aliás ,clamou por séculos até ser libertado ´´pós Idade das Trevas``,embora hoje em dia o mesmo parece te sido aprisionado novamente, e o redentor clama àqueles que necessitam de salvação e não o sabem.
    Basta olharmos para o ´´culto ao materialismo``,em que vivemos ,e a degradação e ou desprezo dos valores espirituais em nossa sociedade.
    Mas retomando o problema de Frodo, um hobbit pacato que nunca havia saído do Condado que nunca sequer havia segurado uma espada,passa em um´´estalar de dedos`` a ter de salvar toda a Terra Média.´´Fácil`` não???
    Eis o nosso ´´Hobbitúnculo``, mas nada é fácil na jornada do processo de individuação,é necessário que se abra mão de certas coisas das quais já estamos acostumados a ter ,e acomodados em viver de determinadas maneiras e isso sempre provoca algum desconforto,alguma dor .E por que não até a própria´´morte``?
    Frodo precisava ´´morrer``,antes de iniciar sua jornada,e foi o que aconteceu,quando o mesmo é atingido pela lâmina do naszgull ,faz parte do ritual de iniciação do herói o auto-sacrifício ,morre uma velha natureza,nasce uma nova natureza.
    A cena do filme evidencia o aspecto do ritual de iniciação,de sacrifício,pois Frodo se encontra na torre de vigia,um local semelhante ao velho círculo de pedras do Stonehenge na Inglaterra,uma mandala de pedras empilhadas onde eram feitos rituais de sacrifícios humanos.
    Este texto é bem explicativo sobre a importância do papel do ritual de iniciação:

    ´´...Moyers : E a mensagem das cavernas?
    Campbell : A mensagem das cavernas é sobre uma relação entre o tempo e os poderes eternos,que de algum modo deve ser experimentada ali.

    Moyers :Para que eram usadas essas cavernas?

    Campbell : A especulação dos investigadores diz que elas tinham a ver com a iniciação dos meninos à caçada.Os meninos aprendiam não somente a caçar, mas a respeitar os animais,que rituais executar,e,em suas próprias vidas,como deixar de ser menino para ser homem.As caçadas você sabe,eram extremamente perigosas.Essas cavernas eram os primitivos santuários dos ritos masculinos,onde os meninos deixavam de ser os filhos das suas mães para se tornarem os filhos dos seus pais.

    Moyers : O que me aconteceria se eu fosse uma criança e participasse de um desses ritos?

    Campbell : Bem ,não sabemos o que eles faziam nas cavernas, mas sabemos o que fazem os aborígenes da Austrália. Pois bem,quando o menino começa a ficar desobediente,um belo dia os homens chegam,e estão nus,exceto por umas esteiras de penas brancas,de ave,que eles grudaram na pele usando o próprio sangue como cola.Eles dançam e soltam mugidos de boi,que são vozes de espíritos ,e os homens chegam ali como espíritos.
    O menino tentará proteger-se junto à mãe,e ela fingirá que está tentando protegê-lo.Mas os homens simplesmente o tomam. Como você vê ,a partr desse instante, a mãe deixa de ser útil.Você não pode voltar à Mãe,você está em outro campo.
    Então os meninos são levados para fora,para o chão sagrado dos homens,e submetidos a duras experiências- circuncisão, subincisão, beber sangue humano,e assim por diante.Assim como tinham bebido o leite materno,quando crianças, agora bebem o sangue dos homens. Vão ser transformados em homens.Enquanto isso se dá,encenam-se episódios mitológicos,dos grandes mitos.Eles são instruídos na mitologia da tribo.Então no final,são levados de volta à aldeia,e a menina com a qual cada um casará já foi escolhida.O menino retorna agora,como homem.
    Ele foi arrancado da infância , seu corpo foi marcado de cicatrizes, a circuncisão e a subincisão foram cumpridas.Agora ele tem o corpo de um homem .Não há como voltar à infância,depois de um espetáculo desses...`` CAMPBELL ,Joseph..´´O PODER DO MITO``,pg.85.

    E Frodo fora ´´circuncidado no coração``,em meio aos gritos dos espíritos (naszgull) e a cicatriz pemaneceu,evidenciando que aquele Frodo do Condado estava morto,nascia agora ,Frodo da Terra Média.
    Interessante notar que os espectros não podem ser mortos por homens,mas os mesmos temem o fogo,o Fogo do Espírito.
    João Batista batizava com água,mas Jesus veio para batizar com fogo,Heracles derrotou a Hidra
    queimando com fogo os pescoços que tinham as cabeças cortadas,pescoço queimado, não nasciam mais as cabeças,a malignidade era extirpada de vez pela iluminação do Espírito.





    -AS SOCIEDADES


    Abordada já a questão do 9,não se faz necessário maiores explicações do significado do mesmo no contexto da obra.
    Para termos uma sociedade ,são necessários 9 membros,e este é o tema que dá título a esta primeira parte da obra.
    Todo símbolo tem sua dualidade,assim como há a Sociedade do Anel,formada pelos 4 hobbits+2 homens+1elfo+1 anão+ 1 mago=9 ,há também o oposto desta sociedade.
    A sombra dela é sociedade composta dos 9 espectros,reis bruxos.
    Dentro da Sociedade do Anel,há suas subdivisões:

    - A quaternidade dos hobbits: Frodo (função pensamento)X Sam (função sentimento)
    Pippin(função intuição) X Merry (função sensação)

    - A tríade : Aragorn ,Legolas e Gimli.

    - O par de opostos: Gandalf X Boromir

    Desta forma temos uma totalidade expressa pela quaternidade dos hobbits,porém a tríade composta demonstra que algo está faltando,ou seja a destruição do Um Anel.
    E o par de opostos entre Gandalf e Boromir nos remete aos irmãos Castor e Pólux,um mortal o outro imortal, os dois ladrões ao lado de Cristo na cruz,um desce à mansão dos mortos e o outro sobe para o paraíso,da mesma maneira como Cristo desce à mansão dos mortos e sobe aos céus posteriormente.
    Boromir morre ,Gandalf morre e ressurge.
    Esta subdivisão em 3 partes da sociedade,nos remete mais uma vez ao número de duração e término de uma era cósmica ,432.000 anos.
    Pois, 4 hobbits + 3 + 2 opostos= 9 A Sociedade do Anel.

    Rangel Roberto M. Fabrete
    Psicólogo, C.R.P. 06/ 77.328



    BIBLIOGRAFIA:

    CAMPBELL, Joseph . As Máscaras de Deus / Mitologia Oriental . São Paulo . 5ª ed. Palas Athena, 2004 .

    CAMPBELL, Joseph .O Poder do Mito . São Paulo . Palas Athena, 1992 .

    CHEVALIER, J & GHEERBRANT, Dicionário de Símbolos . 14ª ed. Rio de Janeiro . José Olympio . 1999 .

    PARTE 2 MORIA , MOÏRAS E MORIÁ

    Começa a jornada da Sociedade do Anel. Como todo início de jornada, pressupõe-se um período de preparação para se enfrentar os obstáculos da longa estrada da individuação. E tal período durou 40 dias  de viagem  pelas montanhas sombrias, número de dias este que remete ao período de  transformação, vide as  referências bíblicas, tal como o povo hebreu no deserto, Elias em sua caminhada e Cristo em seu jejum no deserto.

    Em meio a este período de preparação, Gandalf era o mais cauteloso, provavelmente pelo fato de o Velho Sábio, ter a visão e o discernimento a respeito do futuro da Sociedade, e principalmente o seu individualmente. O Velho mesmo sendo rico na intuição, ainda temia seu futuro, sua demanda interna e sua transcendência. Gandalf e os outros logo percebem que não estão sozinhos. Pois os corvos, espiões de Saruman, os observam e vão ao encontro de seu senhor relatar. Gandalf estava temeroso quanto a sua segurança e a de seus amigos, tentou conduzir o grupo por um caminho onde não fosse necessário passar pelas Minas de Moria.

    O mago cinzento temia  confrontar a obscuridade de um tempo muito antigo, e fez o possível para não irem na direção das Minas dos anões. Mas quando o ego se rebela contra a soberania do Inconsciente, este se utiliza dos recursos os quais bem entender para colocar a consciência em seu devido lugar; o caminho doloroso porém glorificador da individuação. Vejo aqui a soberania do Inconsciente frente a consciência, indiscutivelmente.

    Saruman, a sombra de Gandalf, vem pertubar os planos obstinados do ego. E provoca uma avalanche na montanha, impedindo a Sociedade de progredir rumo a sua derrota. Pois o grupo estava tomando o rumo no qual não passaria por Moria, e se o grupo não iria passar por Moria, não iria ultrapassar importantes obstáculos necessários do processo de individuação. 

    Ao chegar na frente do portão das Minas, Pippin começa a jogar pedras na água. Eis um gesto simbólico de acordar as forças das profundezas, ocultas em todos nós. Tanto que o mesmo é repreendido na mesma hora: "Não perturbe a água!". Um polvo gigante sai da água e avança contra a Sociedade, um prenúncio do que estava por acontecer com o velho mago.

    Passada a ameaça aparente, todos entram nas Minas. Sentam-se para descansara um pouco e um interessante e importante diálogo ocorre entre Gandalf e Frodo. O velho mago conta que os anões de  Moria cavaram profundamente em busca de riquezas. E por conta disto, acordaram o Mal. Fica clara aqui,a ganância dos anões. Os anões foram vítimas de sua própria ganância, foram destruídos por ela. Quando o ego se distancia dos objetivos propostos pelo Inconsciente, acaba por cair nas garras hostis e destrutivas  do mesmo, no caso aqui simbolizado pelos orcs e pelo Balrog, responsáveis pela destruição dos anões.

    Cinzento conta que o Gollum está seguindo o grupo há 3 dias. Ele diz a Frodo que Gollum ama e odeia o anel. Frodo diz que foi uma pena Bilbo não ter matado Gollum quando pode. Gandalf responde: 
    "Pena? Foi a pena que segurou a mão de Bilbo. Consegue entender isto? Muitos que vivem merecem morrer. E muitos que morrem merecem viver. A piedade de Bilbo pode governar o destino de muitos. Bilbo foi destinado a encontrar o Anel, e você destinado a carregar o Anel. Gollum ainda tem um papel a cumprir."
    Toda esta fala de Gandalf é muito importante, pois fala  a respeito de destino. E de como Bilbo e Gollum, ambos estavam destinados a cumprirem seus papéis, em toda  a obra de Eru. Ou seja, como todos estamos predestinados pelo Inconsciente a cumprir nossos objetivos. 

    O nome de local onde  a Sociedade se encontra agora,não poderia ser mais sugestivo, Moria. Tal nome  têm uma grande semelhança com o termo Moira, mais precisamente Moiras. Não sei se foi intencional da parte de Tolkien ter dado o nome Moria, pela semelhança com o termo Moiras, ao local onde se localiza as Minas dos anões. Os acontecimentos dentro das minas e anteriores a chegada do grupo, deixam clara a ação das Moiras, trabalhando nas ocorrências das sincronicidades.

    "...A palavra  grega moîra provém do verbo meíresthai, obter ou ter em partilha, obter por sorte, repartir, donde Moîra é parte, lote, quinhão, aquilo que a cada um coube por sorte, o destino. Associada a Moîra tem-se, como seu sinônimo, nos poemas homéricos, a voz arcado-cipriota, um dos dialetos usados pela  poeta Aîsa. Note-se logo o gênero feminino de ambos os termos, o que remete à idéia de fiar, ocupação própria da mulher: o destino simbolicamente é "fiado" para cada um. De outro lado Moîra e Aîsa aparecem no singular e só uma vez na Ilíada, XXIV, 49, a primeira surge no plural.

    O destino jamais foi personificado e, em conseqüência, Moîra e Aîsa não foram antropomorfizadas:  pairam soberanas acima dos deuses e dos homens, sem terem sido elevadas à categoria de divindades distintas. A Moîra, o destino, em tese, é fixo, imutável, não podendo ser alterado nem pelos próprios deuses. Há, no entanto os que fazem sérias restrições a esta afirmação e caem no extremo oposto: ´Aos olhos de Homero, Moîra confunde-se com a vontade dos deuses, sobretudo de Zeus. É bem verdade que em alguns passos dos poemas homéricos parece existir realmente uma interdependência, uma identificação da Moîra com Zeus, como nesta fala de Licáon a Aquiles:

    'E a MOÎRA fatídica, mais uma vez, me colocou em tuas mãos: parece que sou odiado por ZEUS pai, que novamente me entregou a ti...'

    ...As Moîras são a personificação do destino individual, da "parcela" que toca a cada um neste mundo. Originariamente, cada ser humano tinha a sua moîra, a saber, "sua parte, seu quinhão" de vida, de felicidade, de desgraça...
    ...Impessoal e inflexível a Moîra é a projeção de uma lei que nem mesmo os deuses podem transgredir, sem colocar em perigo a ordem universal...

    Essa Moîra, sobretudo após as epopéias homéricas, se projetou em três Moîras: Cloto, Láquesis e Átropos, tendo cada uma função específica, de acordo com sua etimologia:

    CLOTO, em grego (Klothô com o aberto), do verbo (klóthein), fiar, significando, pois, Cloto, a que fia, a fiandeira. Na realidade, Cloto segura o fuso e vai puxando o fio da vida.

    LÁQUESIS, em grego (Lákhesis), do verbo (lankhánein), em sentido lato, sortear, a sorteadora: a tarefa de Láquesis é enrolar o fio da vida e sortear o nome de quem deve morrer.

    ÀTROPOS, em grego (Átropos) de a (a , "alfa privativo"), não, e o verbo (trépein), voltar, quer dizer, Átropos é a que não volta atrás, a inflexível. Sua função é cortar o fio da vida..."

    MITOLOGIA GREGA VOL.I; Junito de Souza Brandão; pgs.140,141,230,231

    Gimli que anteriormente descrevera da hospitalidade de seu povo e de seu primo Bahlin ,encontra restos mortais de um anão e lamenta a morte do primo. Aliás o nome Bahlin (não sei a grafia correta) traz uma referência ao baalim. E baalins são os seguidores do deus Baal. No Antigo Testamento há referências bíblicas sobre este deus opositor a Javeh. Estas são algumas referências : Juízes 2;13 - 1 Reis 19;18  - 2 Reis 10;19 

    O nome do primo de Gimli traz um sentido de alguém, ou um povo provavelmente que seguia a um deus instintivo e primitivo, tal como Baal do Antigo Testamento, no caso aqui o Balrog seria este deus. Balrog personifica a ganância auto-destruidora dos anões. Gandalf se refere ao Balrog como um demônio do mundo antigo, logo mundo antigo, logo Antigo Testamento (Baal). Os anões de Moria foram um povo que viveram aprisionados pelas garra destrutivas e hostis do Inconsciente. E assim como Pippin perturbou as profundezas no lago, o ato simbólico de confrontação com o que está oculto na sombra se repete, desta vez em um poço. Uma batalha ocorre entre a Sociedade, orcs e um troll.

    Em seguida o grupo foge dos orcs e encontram o antigo demônio, deus dos anões. Mas na verdade este é mais um dos desígnios abençoadores do Inconsciente. Gandalf compreende que sua hora chegou, é a hora do sacrifício. E aqui há mais uma semelhança no nome do local onde estão situadas as Minas dos Anões. Moriá é o nome da terra onde se localizava o monte onde Javeh ordenou que Abraão sacrificasse seu filho Isaque. Abraão teria de abrir mão de seu filho, teria de abrir mão do desejo egoístico que certamente não teria nenhum prazer em sacrificar seu filho. Embora Abraão não tenha sacrificado seu filho no Monte Moriá, ele sacrificou seu próprio ego, ouvindo a voz do Inconsciente. (Gênesis 22; 1-19.)
     
    Abraão em Moriá sacrificou seu ego. Gandalf em Moria sacrificou seu ego também. É tempo de confrontar sua sombra, embora ele diga em vão: "Volte para a sombra!" Mas não é o conteúdo hostil que deve descer as profundezas das trevas novamente, e sim Gandalf quem deve realizar a catábase. O mago se rende, sabe do propósito transformador que tal experiência lhe proporcionará. Já o resto da Sociedade, não entende os propósitos de Eru, tanto que o velho sábio em uma postura de altivez, digna de tal arquétipo, diz a Frodo: "Corram seus tolos!" Tolos? Sim, pois não entendem a visão e o propósito da totalidade do Self. 

    O grupo lamenta e seguem  para o refúgio revitalizador da Floresta de Lórien, o reino da Dama da Floresta. A Grande Mãe da Terra Média, a anima de Frodo; Galadriel. Em Galadriel vemos a dualidade da anima, quando a mesma é testada, e passa pelo teste. O grupo recebe presentes dos elfos; as capas, as cordas e a luz de Elendil entregue a Frodo: "
    Que haja uma luz para você no escuro quando todas as outras se apagarem."

    A Sociedade parte de Lórien. Boromir sucumbe frente ao desejo de poder. Antes de morrer porém, consegue se redimir, seu papel está cumprido na jornada. Boromir fora destinado a dispersar os hobbits. Tal dispersão teve o objetivo de encaminhar Merry e Pippin aos Ents e Frodo e Sam até Mordor. Mais um vez vemos a atuação das Moîras. Talvez uma frase de Gandalf sintetize bem o que ocorreu desta segunda parte em diante, até o fim  da jornada: "Assim como todos os que testemunham tempos como este, mas não cabe a eles decidir. O que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado."

    Salmos 139; 16: "os teus olhos viram o meu corpo ainda informe. Todos os dias que foram ordenados para mim, no teu livro foram escritos quando nenhum deles havia ainda."

    BIBLIOGRAFIA:

    BRANDÃO, Junito de Sousa . Mitologia Grega / Vol. 1. Petrópolis. Vozes. 11ª ed. 1997.

    CHEVALIER, J & GHEERBRANT, Dicionário de Símbolos. 14ª ed. Rio de Janeiro. José Olympio. 1999. 

    Textos da Bíblia Sagrada :

    Gênesis 22; 1–19.

    Juízes 2; 13.

    1 Reis 19; 18.

    2 Reis 10; 19.

    Salmos 139; 16.

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